Os pesquisadores, que monitoram Isabel desde 2011, estimam que ela tenha pelo menos 20 anos. Isabel foi a primeira da espécie a receber um transmissor de rádio, tornando-se uma representante importante dos tatus-canastra, considerados os maiores tatus do mundo. Eles podem chegar a até 1 metro de comprimento.
Segundo o presidente e fundador do ICAS, Arnaud Desbiez, é difícil realizar o monitoramento de um indivíduo em vida livre por tanto tempo, mas que ao longo desses anos, Isabel não apenas desbravou os campos abertos, mas também proporcionou descobertas valiosas, tornando-se uma fonte inestimável de informações sobre hábitos alimentares, padrões de movimentação, interações sociais e de reprodução da espécie.
“Através do estudo realizado com Isabel, constatamos que as fêmeas atingem a maturidade sexual entre 7 e 9 anos, têm gestações de 5 meses e geram apenas um filhote a cada 3 a 4 anos. Essa baixa taxa de crescimento populacional coloca a espécie na lista de animais ameaçados de extinção. Ou seja, as características que tornam cada tatu-canastra único e precioso indicam que a espécie pode se extinguir localmente facilmente”, explicou Arnaud.
Segundo o pesquisador, ao longo de sua vida, Isabel contribuiu para a definição de novos parâmetros na pesquisa científica e também deixou um legado de esperança para a continuidade da espécie no ecossistema do Pantanal. “Desde 2010, quando iniciamos as pesquisas na fazenda Baías das Pedras, na região pantaneira da Nhecolândia, monitoramos mais de 40 indivíduos de tatu-canastra. No entanto, Isabel é o que temos monitorado por mais tempo, e ao longo dos anos, este animal foi o que mais nos proporcionou conhecimento valioso sobre a espécie”, disse Arnaud.
O nascimento do pequeno tatu-canastra não apenas representa uma celebração para o projeto, mas também estabelece uma contribuição significativa para a compreensão desta espécie única, alimentando as esperanças de pesquisadores que atuam em prol da sua conservação.