Leonardo Cabral /Diarionline
Grupos de inteligência da Força Anticrime da Bolívia entregaram Marco Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, às autoridades brasileiras. O homem, substituto do traficante Marcola no comando da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), foi capturado quando tentava renovar seus documentos e foi expulso pelas autoridades daquele País.
A entrega às autoridades policiais brasileiras ocorreu por volta das 06h deste domingo (18), na linha internacional, na fronteira de Corumbá com a Bolívia. A operação contou com a participação de mais de 50 policiais de diversas unidades da Polícia Federal que receberam Tuta.
Imagens da chegada do comboio ao aeroporto e do traficante embarcando no avião da PFJá em Corumbá, a Polícia Federal montou um forte esquema de segurança e por volta das 11h40 seguiu num comboio para o Aeroporto Internacional, onde um avião da PF aguardava para fazer o transporte do líder da facção criminosa. A decolagem ocorreu pouco antes das 12h20, mas não foi informado o destino do voo.
Captura
De acordo com a Polícia Federal, a prisão ocorreu após Marcos Roberto comparecer a uma unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias, apresentando um documento falso em nome de Maicon da Silva.
A falsidade foi detectada pelas autoridades bolivianas, que acionaram a Interpol e o oficial de ligação da Polícia Federal em Santa Cruz de la Sierra. A partir da confirmação de sua verdadeira identidade, ele foi detido pela Força Especial de Luta Contra o Crime Organizado na Bolívia (FELCC).
Foto enviada ao Diário Corumbaense
Líder de facção criminosa foi preso ao apresentar documento falso na BolíviaSaiba mais
No Brasil, Marcos Roberto de Almeida tem duas prisões decretadas em investigações do Ministério Público de SP (MP-SP). Ele também já tem uma condenação em 1° grau por organização criminosa, onde foi sentenciado a 12 anos e seis meses de prisão, além de responder outro processo por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Tuta foi um dos principais alvos da Operação Sharks, deflagrada em 2020. Na época, o Ministério Público de São Paulo confirmava que ele tinha assumido o comando do PCC depois que o ex-chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido para um presídio federal, em fevereiro de 2019.
“O Marcos Roberto, vulgo Tuta, já era da sintonia de 1, mas não era o número 1 do PCC. Com a remoção do Marcola, ele foi elencado, nominado pelo Marcola para ser o novo n° 1 do PCC tanto dentro como fora dos presídios. É um velho conhecido nosso, só que em liberdade, ele atingiu o status, seria o novo Marcola na nossa concepção”, disse o promotor Lincoln Gakiya na época.
O MP-SP disse ainda, naquele ano, que Tuta tinha um cargo de adido do consulado de Moçambique em Belo Horizonte (MG). O termo “adido” é usado para designar um agente diplomático que não é um diplomata de carreira.
“É um indivíduo que tem contato em consulado, que transita no país e fora do país. É uma operação hoje que a ordem não está mais centralizada dentro do presídio, mas na rua”, disse o promotor Gakiya. Sua ligação com o consulado de Moçambique facilitaria o trânsito dele naquele continente, segundo as investigações. Ainda em 2020, o Ministério Público disse acreditar que Tuta tinha conexões no Paraguai, Bolívia e na África, onde o PCC também atua.
Com informações da TV Unitel (Bolívia) e site G1.