Uma ocorrência de perturbação do sossego terminou em confusão envolvendo uma vereadora, na tarde de domingo, 08 de junho, no bairro Almirante Tamandaré, em Ladário. Segundo o boletim de ocorrência nº 2473/2025, registrado na Primeira Delegacia de Polícia Civil de Corumbá, a vereadora Magda Xavier Chalega, teria feito ameaças a um policial militar após seu marido, de 47 anos, ser conduzido à delegacia por manter som em volume excessivo.
De acordo com o registro, ao qual o Diário Corumbaense teve acesso, a Polícia Militar foi acionada por um morador da rua Alan Kardec, que denunciou som alto vindo da casa vizinha. Ele ainda afirmou que o problema é recorrente.
A guarnição foi ao local e constatou que o som realmente estava alto. O marido da vereadora, se apresentou como proprietário da residência e aceitou diminuir o volume. Com isso, os policiais deixaram o local.
No entanto, cinco minutos depois, o denunciante voltou a entrar em contato com a PM e manifestou o desejo de representar formalmente contra o vizinho. A equipe, então, retornou à residência para informar a representação e solicitar que o homem acompanhasse os policiais até a delegacia para registro da ocorrência.
Nesse momento, a vereadora se apresentou, disse que era “autoridade”, afirmou ser dona da casa e que seu marido não iria a lugar nenhum. Diante da resistência, os policiais solicitaram reforço.
Ainda segundo o boletim, a vereadora passou a questionar o trabalho da PM, dizendo que liga e não é atendida, e que havia outras casas com som alto na vizinhança, falando que os policiais fossem até elas. Com a chegada do reforço, os ânimos se exaltaram, mas, após diálogo, o marido da vereadora aceitou acompanhar a equipe.
Foi, então, que a vereadora, visivelmente irritada, teria dito: “Por causa disso, ela (citando o nome) vai voltar para a escola amanhã,”, referindo-se à esposa do sargento que comandava a guarnição. A mulher mencionada é funcionária pública em cargo de confiança na Secretaria de Educação de Ladário.
A frase foi interpretada como ameaça indireta, e o policial militar registrou no boletim que se sentiu intimidado, já que a vereadora, por exercer mandato eletivo, poderia usar sua influência para prejudicar a esposa dele.
O aparelho de som foi apreendido e o marido da vereadora conduzido para a delegacia, sem o uso de algemas, acompanhado por um amigo, no banco de trás de outra viatura. A ocorrência foi registrada como perturbação do sossego alheio.
A reportagem entrou em contato, na manhã desta segunda-feira (09), com a vereadora Magda e, por telefone, ela disse que não iria comentar o caso.