Golpistas usam nome de deputada federal
Diarionline
Uma funcionária da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Corumbá perdeu R$ 4.130,00 em um golpe aplicado por criminoso que usou o nome da deputada federal Camila Jara (PT-MS). O golpe, inicialmente visava a instituição, mas acabou vitimando diretamente a colaboradora, que atua há 16 anos na Apae.
O caso de estelionato foi registrado na Delegacia de Polícia Civil da cidade vizinha, Ladário (boletim de ocorrência nº 364/2025). Segundo o relato, na última sexta-feira (18), um homem, se passando por assessor da deputada, entrou em contato com a instituição informando sobre uma suposta doação feita por empresas parceiras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os itens doados incluiriam peixes, kits de alimentação e materiais de irrigação.
A funcionária foi orientada por ele a entrar em contato com um suposto servidor da Conab para dar continuidade ao processo. Por e-mail e WhatsApp, ela enviou documentos institucionais como a ata da diretoria, CNPJ, comprovante de residência, estatuto da entidade e CNH do presidente.
Após essa etapa, os golpistas alegaram que o termo de doação havia sido efetivado e forneceram um endereço onde os produtos poderiam ser retirados. Mas, na sequência, iniciaram as cobranças: R$ 1.650,00 pelo frete, R$ 620,00 pelos isopores para armazenamento e R$ 480,00 pela mão de obra de carregadores.
“Na Apae, é comum termos que arcar com o transporte de doações. Já recebemos várias assim, por isso não desconfiei. Foi no final da tarde de sexta-feira que fiz as primeiras transferências”, explicou a funcionária, de 46 anos, que realizou os pagamentos por meio de sua conta pessoal.
As três primeiras transferências foram feitas com a promessa de que a carga sairia de Campo Grande rumo a Corumbá ainda no sábado. No entanto, no horário combinado, o caminhão não chegou. Os golpistas alegaram que o veículo havia quebrado e solicitaram mais uma transferência, no valor de R$ 1.380,00, para consertos. A funcionária realizou o pagamento, acreditando que o valor seria ressarcido.
No domingo, o contato parou. Foi só então que a funcionária percebeu que havia caído em um golpe. “Em 16 anos de trabalho na Apae, nunca passei por algo assim. Como sempre lidamos com doações, jamais imaginei que alguém pudesse se aproveitar dessa situação. Fiquei muito chateada porque achei que estava fazendo o correto”

O diretor-administrativo da Apae de Corumbá, Milton Carlos de Melo, informou que o sistema bancário da instituição chegou a bloquear uma tentativa de movimentação suspeita, o que evitou um prejuízo maior. “A tentativa foi contra a instituição, mas quem acabou sendo lesada foi a funcionária. Já informamos a assessoria da deputada Camila Jara sobre o ocorrido”, disse à reportagem.
A equipe de comunicação da parlamentar disse que a situação está sendo apurada e reforçou, em nota, que não solicita nenhum tipo de pagamento, doação ou transferência.
Veja a nota divulgada pela assessoria da parlamentar
Foi registrado um boletim de ocorrência após uma liderança comunitária receber uma mensagem de um golpista que se passava por assessor parlamentar, oferecendo supostas doações de empresas em troca de um depósito antecipado.
No golpe, a pessoa se apresenta como “assessor da deputada Camila Jara” e promete liberar recursos para a entidade, condicionando a liberação ao pagamento de um valor antecipado. Trata-se de um crime grave, que configura falsidade ideológica e tentativa de extorsão.
O mandato da deputada Camila Jara não solicita nenhum tipo de pagamento, doação ou transferência para liberação de recursos públicos.
Toda comunicação oficial é feita de forma transparente, pelos canais institucionais, e jamais envolve qualquer cobrança.
As autoridades já foram acionadas e o gabinete está colaborando com as investigações para identificar e punir os responsáveis.