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O Governo de Mato Grosso do Sul vai publicar, nos próximos dias, uma portaria suspendendo a queima controlada em todo o território estadual. A medida preventiva visa conter o avanço dos incêndios florestais diante do agravamento das condições climáticas. A decisão foi confirmada durante a 20ª Reunião Ordinária do CICOE (Centro Integrado de Coordenação Estadual), realizada na última segunda-feira (22), na sala de crise da Polícia Militar, em Campo Grande.
A suspensão valerá de 1º de agosto a 30 de novembro e atinge todas as regiões do Estado. A queima controlada, que consiste no uso autorizado e planejado do fogo em áreas específicas para fins agropastoris ou florestais, será temporariamente proibida.
Segundo o secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e presidente do CICOE, a medida é necessária frente ao cenário climático adverso, com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas previstas para os próximos meses.
“Estamos vivendo o início do período de seca. Diante desse cenário, o CICOE decidiu pela suspensão da queima controlada em todo o Estado”, afirmou Verruck.
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Dados sobre dias sem chuva em Mato Grosso do SulPanorama climático alerta para riscos
Durante a reunião, a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), Valesca Fernandes, apresentou dados técnicos que indicam agravamento da seca, especialmente nas regiões norte, nordeste e leste do Estado. A previsão é de chuvas abaixo da média para o trimestre de agosto a outubro, com vários municípios já em níveis de alerta e alerta alto.
Coordenado pela Semadesc, o CICOE é uma estrutura permanente que reúne órgãos estaduais e federais para prevenir e combater incêndios florestais. Participam do grupo entidades como o Corpo de Bombeiros Militar, Imasul, PMA, Ibama, Defesa Civil, ICMBio, Cemtec e representantes da sociedade civil, como a Famasul.
O centro promove integração entre instituições, monitora riscos ambientais e coordena ações emergenciais. As decisões são baseadas em dados técnicos fornecidos pelo Cemtec.
Outras deliberações
Durante o encontro, o diretor-presidente do Imasul, André Borges, apresentou alterações no Decreto nº 11.766/2004, que trata da isenção de custos de licenciamento ambiental para atividades em Unidades de Conservação, assentamentos e áreas de soltura de animais silvestres.
Também foi discutido o Projeto FNMA 2025, que prevê o fortalecimento da resposta municipal ao fogo, com implantação de Planos Operativos de Prevenção e Combate (PPCIFs) de caráter emergencial e simplificado.
Redução das queimadas
Apesar do cenário preocupante, os dados apresentados mostram avanços importantes. Em relação a 2024, o Pantanal registrou queda de 97,9% na área queimada este ano, enquanto o Cerrado teve redução de 50,6%, este ano. As ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros diminuíram 54,2% em todo o Estado.
Segundo Jaime Verruck, os resultados positivos são fruto da atuação conjunta entre órgãos públicos e o setor produtivo.
“O trabalho com os produtores rurais, o apoio da Famasul e a ampliação dos brigadistas – hoje são 700 especializados – têm sido essenciais. A atuação da PMA, Imasul e Ibama também tem sido incansável. Isso mostra que estamos no caminho certo”, destacou o secretário.
Com informações da Agência de Notícias do Governo de MS.