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A Polícia Civil investiga se o incêndio que destruiu dois ônibus, na noite de segunda-feira (28), em Corumbá, foi criminoso. Os veículos estavam estacionados na rua Antônio João, entre as ruas Joaquim Murtinho e Cabral, região central da cidade, e pertencem a empresas diferentes.
O delegado Jean Castro, que atendeu a ocorrência, informou que imagens de câmeras de segurança podem ajudar a esclarecer se o fogo foi intencional, reforçando o depoimento de um dos motoristas, que relatou ter visto dois suspeitos deixando o local correndo.
“Com base nisso, estamos fazendo o levantamento de imagens que possam ter registrado a cena para confirmar os fatos. É possível que o incêndio tenha sido criminoso. Pode ser que tenham ateado fogo no primeiro ônibus, e as chamas se alastraram para o segundo devido ao vento. Ainda não sabemos se incendiaram os dois ao mesmo tempo”, explicou o delegado à reportagem.
Os motoristas dos ônibus foram ouvidos e relataram que realizam transporte de passageiros, especialmente bolivianos, de Corumbá para o bairro do Brás, em São Paulo. Segundo declararam à Polícia, possuem alvará para esse tipo de transporte.
De acordo com o boletim de ocorrência nº 3174/2025, um dos motoristas contou que, ao retornar de uma lanchonete, viu dois homens vestindo jaquetas pretas com capuz carregando galões e correndo pela rua Joaquim Murtinho em direção à Antônio Maria. Pouco depois, ao chegar à rua Antônio João, avistou o início do incêndio no ônibus estacionado à frente do seu, cuja porta de entrada estava aberta — possível ponto de origem das chamas, segundo o relato.
Os veículos estavam estacionados entre a calçada e a via pública, ao lado do muro da Escola Estadual João Leite de Barros. Na rua, que é de mão dupla e dividida por canteiro central, há residências do lado oposto.
Os ônibus haviam chegado de São Paulo recentemente, e um deles se preparava para retornar à capital paulista por volta das 22h.
Combate às chamas
Bombeiros durante combate ao incêndio nos dois ônibusO combate ao incêndio durou cerca de 01h30 e foi realizado por uma equipe do 3º Grupamento de Bombeiros Militar. A intensidade das chamas e a rápida propagação do fogo reforçam a suspeita de incêndio criminoso.
O material inflamável presente nos veículos — como espumas dos bancos, plásticos, revestimentos e combustível — aliado ao vento forte registrado no município no momento do incêndio, contribuíram para que o fogo se alastrasse.
Durante o combate, houve explosões e liberação de gases tóxicos provocados pela queima de baterias, circuitos elétricos e gás dos sistemas de ar-condicionado. Parte do combustível vazado escorreu em chamas pelo meio-fio, mas foi contido nas bocas de lobo, evitando maiores danos. Dez bombeiros participaram da operação, utilizando cinco viaturas e cerca de 30 mil litros de água. Ninguém se feriu.
Câmeras de segurança de um comércio localizado na rua Joaquim Murtinho podem ter registrado toda a dinâmica do caso, que é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia Civil.
