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A jovem corumbaense Eloize Cáceres Duarte, de 19 anos, foi selecionada para integrar a comitiva de representantes do Pantanal na 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança do Clima (COP-30), que será realizada em 2025, em Belém (PA). Ex-educanda da Cidade Dom Bosco, Eloize é estudante de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS/CPAN) e atua como pesquisadora nas áreas de microbiologia e práticas agrícolas sustentáveis, com foco no bioma pantaneiro.
A seleção de Eloize ocorreu após sua participação na Plenária Preparatória das Juventudes dos Biomas, realizada em Campo Grande, que reuniu mais de 100 jovens ativistas de todo o estado. No evento, os participantes apresentaram propostas e defenderam projetos voltados à representatividade dos biomas brasileiros na COP. Eloize foi a candidata mais votada entre os representantes do Pantanal, conquistando uma das duas vagas destinadas à região.
De formação salesiana à pesquisa científica
Ao longo de sua trajetória, Eloize participou de diversas atividades formativas na Cidade Dom Bosco, instituição que contribuiu significativamente para seu desenvolvimento pessoal e comunitário. Ela integrou o Programa Crianças e Adolescentes Felizes (PCAF), participou da oficina de Libras, de várias edições da Colônia de Férias — inicialmente como educanda e, depois, como monitora — e fez parte do Programa Adolescente Aprendiz. Também participou de eventos como a Jornada Salesiana (JS) e a Jornada Salesiana da Juventude (JSJ).
Em 2024, Eloize representou a juventude corumbaense durante a visita do reitor-mor salesiano, Angel Fernández Artime, consolidando sua atuação como voz jovem dentro da rede salesiana.
Sua caminhada acadêmica também é marcada por dedicação à ciência. Desde o ensino fundamental, ela participa de feiras científicas, projetos de iniciação científica e ações de impacto social. Atualmente, desenvolve uma pesquisa que investiga o papel de microrganismos do Pantanal no crescimento de plantas voltadas à agricultura familiar sustentável, propondo alternativas à lógica predominante do agronegócio.
A espiritualidade salesiana foi um pilar importante na jornada da jovem. Eloize relembra momentos de fé que a ajudaram a enfrentar desafios, como a ansiedade antes do vestibular.
“Houve um período em que eu estava muito nervosa com a aprovação na UFMS. Foi quando participei da novena de São João Bosco, onde senti paz e força para continuar acreditando. Guardo até hoje a medalha que recebi nesse dia e lembro da minha oração: que Dom Bosco intercedesse pelo meu sonho de seguir na ciência”, conta.
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Jovem atua como pesquisadora nas áreas de microbiologia e práticas agrícolas sustentáveis, com foco no bioma pantaneiro
Voz pantaneira na COP-30
Para Eloize, participar da COP-30 é mais que uma realização pessoal. “Carrego comigo as histórias da minha cidade, da minha família e do Pantanal. Quero levar a voz das comunidades pantaneiras, mostrar que os jovens daqui fazem ciência, têm representatividade e querem lutar por um futuro sustentável”, afirma.
O coordenador da Cidade Dom Bosco, Fernando Melgar, destaca que histórias como a de Eloize refletem a missão da instituição.
“Ver uma ex-educanda como a Eloize chegar tão longe nos enche de orgulho. Ela representa não apenas a juventude pantaneira, mas também a força transformadora da educação. É a prova viva de que, quando acreditamos e investimos em nossos jovens, eles podem ocupar qualquer espaço”, ressalta o dirigente da instituição.
Fundada há 64 anos pelo padre Ernesto Sassida (falecido em 2013), a Cidade Dom Bosco é uma organização socioassistencial que atende crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social em Corumbá.
