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O Dia Internacional da Onça-Pintada, celebrado neste 29 de novembro, reforça o alerta sobre o aumento das ameaças ao maior felino das Américas — espécie-chave para o equilíbrio ambiental e símbolo da conservação da biodiversidade brasileira desde 2018. Enquanto IUCN Red List a classifica como “quase ameaçada”, a plataforma Salve MMA (Ministério do Meio Ambiente) a enquadra como “vulnerável”, evidenciando o risco crescente de extinção em países como México e Argentina.
No Pantanal, registros de onças-pintadas têm se tornado mais frequentes, tanto em áreas rurais quanto em perímetros urbanos. Em Corumbá, uma onça circula pela área urbana desde o início do ano, situação semelhante à já observada em anos anteriores próximo ao Canal Tamengo e ao Mirante da Capivara.
Em Ladário, casos de aparição dentro da cidade também são recorrentes — em 2023, uma fêmea e seu filhote chegaram a ser capturados em locais distintos. Há ainda avistamentos ao longo dos rios Paraguai e Miranda e próximos da BR-262, além de outras sub-regiões pantaneiras.
Para reduzir conflitos e conservar a espécie, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) realiza monitoramento, pesquisas científicas, educação ambiental e integra grupos de trabalho voltados à coexistência entre humanos e grandes felinos. A instituição também participa do segundo ciclo do Plano de Ação Nacional dos Grandes Felinos (PAN), do ICMBio, principal política pública para proteção da onça-pintada.
Divulgação/IHP
equipe técnica do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) desempenha diferentes medidas para conservar a onça-pintada e promover a coexistência na relação do felino com os seres humanosAs diretrizes do PAN 2025–2030 apontam como principais ameaças: perda e fragmentação de habitat, atropelamentos, caça de retaliação alimentada por desinformação, caça esportiva e tráfico de partes do animal. Entre os objetivos do novo ciclo estão a manutenção da conectividade entre habitats, o combate a ilícitos, o desenvolvimento de estratégias de coexistência e comunicação, além do aprimoramento de ações de resgate e da ampliação do conhecimento sobre genética e saúde das populações.
Os desafios, porém, são grandes. No primeiro ciclo do PAN (2010–2017), apenas 41% das ações previstas foram concluídas; outras 18% ficaram pendentes, e cerca de 40% não chegaram a ser realizadas. O plano abrange todos os biomas onde a onça ocorre — Pantanal, Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica — e exige articulação contínua para que a conservação avance e a desinformação seja combatida.
Com informações da assessoria de imprensa do IHP.
