“O Rio que Somos” revela a vida e a resistência de comunidades ribeirinhas em regiões isoladas do Brasil

Documentário da Marinha retrata a força e a identidade de comunidades ribeirinhas da Amazônia e do Pantanal


Da redação

A Marinha do Brasil está produzindo o documentário “O Rio que Somos”, com estreia prevista para 2026, que acompanha de forma sensível o cotidiano de comunidades ribeirinhas da Amazônia e do Pantanal. A obra destaca os modos de vida, os saberes tradicionais e a profunda relação histórica, cultural e social dessas populações com os rios brasileiros.

As gravações ocorreram em duas etapas: em 2024, no Pantanal, e em 2025, na região Amazônica. A equipe percorreu extensos trechos fluviais a bordo dos Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) Tenente Maximiano e Soares de Meirelles, além do Navio-Auxiliar Pará, que atuam regularmente em ações de assistência hospitalar em áreas remotas do país. As embarcações serviram como base de apoio para a produção audiovisual durante o deslocamento por localidades de difícil acesso nos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Com uma abordagem observacional e respeitosa, o documentário propõe um deslocamento de perspectiva ao adotar o conceito de “soberania ribeirinha”. Em vez de enfatizar carências e limitações, o filme evidencia a capacidade de organização, produção e autonomia dessas comunidades, que mantêm sua subsistência e identidade mesmo diante dos desafios impostos pela geografia e pela distância dos grandes centros.

Morador ribeirinho e participante do documentário, Marinaldo Pacheco Vieira destaca a dignidade garantida pela vida em comunidade. “Aqui temos o nosso trabalho, a roça, o açaí e a pesca. Mesmo com dificuldades, temos o nosso sustento”, afirma.

“O Rio que Somos” retrata atividades tradicionais como a pesca artesanal, a produção de farinha, o cultivo do açaí e o artesanato com fibras naturais, mostrando a economia familiar como um dos pilares da sustentação dessas populações. O filme também aborda a cooperação social, a espiritualidade, a fé e os saberes ancestrais como elementos centrais de resiliência e fortalecimento da identidade cultural ribeirinha.

O documentário tem direção de Rafael Miranda, com roteiro e produção assinados por Rafael Miranda e Fábio Rosa. A equipe de filmagem é formada por militares especializados em produção audiovisual do Centro de Comunicação Estratégica da Marinha, com direção de fotografia de Tawana Yung.

Segundo o diretor, o público pode esperar uma obra marcada pela escuta atenta e pelo respeito ao tempo das comunidades retratadas. “Não se trata de explicar a vida ribeirinha, mas de acompanhar seu ritmo e revelar a força e os saberes de populações moldadas pelo rio”, ressalta Rafael Miranda.

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